Acesso à internet é um direito humano?
Com a propriedade de quem é considerado um dos pais da internet, Vint Cerf sabe o que diz. Imaginem então o estranhamento que pode causar alguém como ele afirmando que o acesso à internet não é um direito humano.
Um dos criadores dos protocolos TCP/IP e vice-presidente do Google, onde atua como evangelista-chefe de internet, Cerf argumentou em um artigo publicado na última semana pelo jornal americano ?The New York Times? que a tecnologia é uma ferramenta que possibilita esses direitos, mas não é um direito em si.
- É um erro colocar qualquer tecnologia nesta categoria exaltada, pois, com o tempo, acabaremos valorizando as coisas erradas - escreveu (a íntegra, em inglês, pode ser conferida em tinyurl.com/artigocerf).
Em 2011, um relatório das Organização das Nações Unidas (ONU) classificou o acesso à internet um direito humano, como um meio de condenar países que cortam o acesso à rede em tentativas de reprimir protestos. O argumento da ONU é de que internet é fundamental para a liberdade de expressão.
Para Cerf, porém, a internet é apenas uma ferramenta para obter coisas mais importantes. Ou seja, não é um fim, mas um meio. Em outras palavras, diante das mobilizações online com importante papel político e social, vale lembrar, no que já virou um chavão entre analistas de mídias sociais, ?a internet não tem poder de derrubar governos, mas as pessoas têm?.
*Texto publicado na coluna Tecnologia na Cabeça desta semana nos jornais Zero Hora e A Notícia
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